terça-feira, 1 de novembro de 2011

Perfeição


Até onde nossa vida se torna mais próximo do ideal que um dia sonhamos conquistar para nós nos sentirmos bem? Sempre que estou trabalhando e recebo visitas inesperadas, e quase sempre indesejadas de meus patrões, se torna claro como o dinheiro nos divide em dois grupos: Quem TEM poder, e os que NÃO TEM poder. Acho um absurdo como o dinheiro torna a pessoa mais inteligente, bonita e principalmente, interessante... O salário mínimo brasileiro é hoje é de aproximadamente R$600,00 reais. Se pararmos para pensar, um assalariado ganha por semana então R$20,00, logo ele recebe R$2,50 por hora trabalhada. Vamos supor que você seja esse sujeito, independente de qual sua escolaridade, se é intelectual ou assiste novela na Globo e adora o Faustão e Pânico na TV entre outros canais que o eximem da capacidade de pensar... Cada hora de sua vida, vale R$2,50? A vida de alguém pode ser tão facilmente paga por qualquer garoto de ensino médio com o dinheiro para o lanche? Isso é certo?
Eu não sou NADA bom em português, mas isso não me impede de pensar. Acho louvável que os graduados recebam muito bem pelo seu grau de ensino, mas isso não significa que uma miséria seja paga para aqueles que não há tem. Muitas crianças logo na escola são expostas a uma grade de ensino padronizada, onde todos tem que ser bons em exatas, humanas... Como se todos os mini seres-humanos que estão ali fossem idênticos, com a mesma capacidade para tudo, perfeitos. E se caso este brilhante plano de ensino não seja “enfiada” goela abaixo, repetem o aluno de ano, até que ele consiga se “adequar”. Concordo que devemos ter um critério, onde o aluno tem que passar para o próximo nível de sua escolaridade, com uma base para o próximo aprendizado. Porém o que defendo, é que não somos iguais, não temos a mesma capacidade para tudo, acredito nas vocações, onde cada um se adéqua melhor. Principalmente para aqueles que gostam da Arte, esta disciplina, não existe nas escolas. Muitos garotos repetem de ano, prejudicam seu futuro por que sua vocação não se encaixa no ensino padrão brasileiro. Conheço um cara que é cartazista em um supermercado, seu trabalho se resume em criar cartazes e balões explosivos de marketing, ele me disse que na escola ele ficava desenhando durante as aulas, nos quadros negros, que muitas vezes eram apagados com displicência dos professores, que em muitas vezes não se importavam com o que estava ali expressado. A vida desse cartazista, segundo o governo, vale R$2,50 a hora. Imagine se na vida desse garoto ele tivesse a oportunidade de ter tido uma aula de arte plástica ou algo relacionado, para que ele pudesse explorar este dom, que ele gosta e o faz sentir bem, será que ele estaria sendo desperdiçado hoje? Mas o ensino é pratico, damos ensino a mais crianças, com um conteúdo fácil de digerir e uma quantidade infinita de mão de obra para essa grande e prospera maquina capitalista, perfeito.
Eu não sei os parâmetros que definem a perfeição. Provavelmente se varia pelo referencial do ideal de cada um, e sendo assim, acho que em cada um desses 7 bilhões de pessoas no mundo, existe algo incrível e maravilhoso  pronto para aflorar com o poder de influenciar a vida de todos os outros a ponto de engrandecer e transformar para melhor. Pena que esta influencia, também possa ser negativa.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Pensamentos ao vento

O tempo passa e meus sonhos parecem tão distantes, como se a cada movimento do ponteiro do relógio indicasse o quanto longe ainda estou de conseguir o que acredito ser a chave para a felicidade da qual sempre almejei. É difícil acordar todos os dias com medo que minhas idéias sonâmbulas tenham sido apenas desejos estimulados por tristezas momentâneas, de desilusões passageiras que voltam sempre para uma visita indesejável. Porque sempre temos que aprender com os erros? Porque conseguimos entender o que nos acontece depois que já é tarde de mais? Porque o fim nos parece algo ruim quando estamos bem, mas um conforto quando estamos maus? Porque temos que sofrer, para entender o que é ser feliz? Afinal somos seres racionais certo? Não seria melhor se nos avisassem antes para não ser um desperdício de ataques adolescentes exagerados que nos fazem sentir tanta vergonha depois por bobagens que nos parecem o fim do mundo.
Eu sei o quanto é um saco ler coisas tristes, nos leva a lembranças que não queremos ir, momentos que queremos esquecer, mas hoje acordei com vontade de escrever, ser ouvido, talvez na esperança de escutar algo que me desse algum consolo, esperança.
Eu sou responsável pelo meu presente, não culpo ninguém pelos meus erros, sei de minhas responsabilidades e dos deveres com as pessoas que gostam de mim. É difícil me encarar no espelho e ver o que me tornei, no trabalho, quando estou aprendendo, vejo situações nostálgicas que me mostram possibilidades futuras, das quais não quero para minha vida, mas que me parecem mais prováveis do que a minha luta desesperada de voltar a trilha de uma vida que me parecia tão certa no passado.
Eu fui criado para ser perfeito, e é claro que fracassei. Demorei a entender o que havia acontecido de errado, meu pai vivia dizendo que eu estava perdendo tempo, mas Einstein dizia que o tempo é relativo. O problema que meu pai, sempre foi e ainda é, o homem mais inteligente que eu conheço, e tenho certeza que também será ate dos que ainda conhecerei. Difícil fugir disso, deixar de lado sem ter duvida.
Enfim, talvez eu esteja apenas entediado, chateado e com sono, nostálgico e com saudade da sensação de estar em paz comigo mesmo. É difícil olhar para minha família sem ficar triste por eles, pela difícil vida que temos e dos sonhos não vividos de meus pais, dos sonhos de minha Irma que apenas quer uma oportunidade de fazer aquilo que mais ama, sem ter sempre algo a atrapalhando de ser feliz. Entendo se um dia não conseguir realizar meu sonho, mas nunca entenderei o porquê se eles nunca tiverem um final feliz. Eles merecem o mundo.